sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A dois

É inverno/ É mais difícil/ O caldo/ O vinho/ O fondue/ O encontro/ O chocolate/ O filme/ A pipoca/ A praça/ O show/ As mãos/ O quarto/ O cobertor/ Os pés/ O frio/ Me lembrando que eu poderia estar mais quente/ Que tudo poderia ser a dois

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sem saída

Eu quis apagar. Não deu. Eu quis rasgar. Não deu. Eu quis excluir. Não deu. Eu quis esquecer. Não deu. Eu tento prosseguir. Não dá.

A maior força

Você só se acha forte porque nunca o encontrou. É como bater de cara na parede. É como chutar a quina com o dedinho. É como levar um soco na boca do estômago. É como se queimar com óleo quente. É como se cortar com navalha... Mentira. Não é como nada disso. Mais tempo perdido com tentativas de explicação. Se não o encontrou, não vai saber. Não existe força que o supere.

Água e sal

A lágrima é mais forte que eu. Água e sal. Tem mais força que a minha força para te esquecer. Sutilmente, ela me lembra que sua presença é muito mais forte do que eu gostaria que fosse. Ou do que eu minto para mim que é. Água e sal, ela começa fraca e, sem que eu perceba, me arranca soluços. Lembranças. A água, o sal, a lembrança. Só me fazem lembrar da minha perda. Onde foi mesmo? Como foi? Quando foi que eu não vi?

domingo, 5 de agosto de 2012

Quem passa?

Proibido não. Interditado. Melhor que na música. Interditado para mim é melhor. Sim, eu aceito a condição. (Há como não aceitar?) E assim os dias passam. E eu te vejo passar. Medo. E assim também me vejo passar? Os dois passam. Cada um para um lado. Cada vez mais distantes. Aos poucos, vou me esquecendo de quando andávamos na mesma direção.

Sem lugar

Era teoria da comunicação. Não era palpável. Viver em um mundo virtual era teoria para se estudar, em banco de universidade. Me assusto. O virtual consolidado. Me questiono. Que mundo contraditório. Sempre foi, mas na teoria. Viver o mundo contraditório é mais difícil. Entender como o ser é tão e tão egocêntrico, quer tanto e tudo, para si, só para si, eu, o indivíduo, eu, o que importo, e, ao mesmo tempo, se contenta com tão pouco. Com o raso. Com a irrealidade virtual. E-mail em vez de telefone. Chat em vez de encontro. Kkkkk em vez de uma verdadeira gargalhada. Carinhas em vez de um belo olhar. O cidadão do mundo anda sem lugar. Ainda sou de carne e osso. Pausa... E mais. Sou de sentimento, sensibilidade, toques, emoção. Sou de vida, ainda real. Sem lugar, mas real.

Desejo de uma noite

Barulho, gente, falas, gestos, danças, fumaça, gente, sorrisos, perguntas, conversas, gente, música, bebidas, medos, anseios, gente. Tudo em torno. Você tão perto. Eu também. Era fácil, mas não era. Era só um gesto. Era só se aproximar. O querer era simples. Era afastar o tanto e ficar com o menos. Saber qual era o seu cheiro. Com o menos, sentir mais. Era fácil, mas não foi.