quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Menos que pela metade

Ter muita fome e comer uma folha de alface. Ter sede e molhar os lábios com uma gota d'água. Ter frio e ver de longe uma fogueira. Ter cansaço e ficar dois minutos na cama. Querer dizer "eu te amo", mas só dizer "gosto muito de você". Abraçar quando se quer beijar longamente. Ser cordial e educado quando se quer dar uma demonstração arrebatadora e intensa. Ter vontade e não conseguir matar ou apenas chegar ao quase matar. Tudo pouco quando é muito o que se quer. E é assim, a vida cortada.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Tchau!

Ele existia até ontem, há poucas horas. Agora já é velho. 2012 se despediu. Deixou seu bebê, o 2013, para o mundo. Para o mundo acreditar de novo, começar de novo, iniciar projetos de novo. Velho, meu amigo, você se foi, mas vejo que não deixou muita saudade, como tantos bons velhinhos deixam quando partem para outra caminhada. Você morreu, e muita gente vibrou com isso. Me desculpe, mas acho que eu também vibrei um pouco. Não reclamo exatamente de você, mas é que eu talvez estivesse ansiosa para sentir isso que o novo ano traz: esperança. E, se virar o ano é uma forma de reativá-la, viremos!
O que aconteceu com 2012 que foi tão recriminado? Não sei. Talvez as mentes estivessem vivendo com a esperança de que o mundo acabasse ao longo de 2012 (será?) e não foram mentes para o outro, para o bem. Quem sabe... Mas é difícil de acreditar que uma crença, uma aventura mistica tenha tido tanta influência assim sobre o mundo. Vai saber. Sei é que 2012 não deixou saudade. E isso, sim, é um fato.
Eu digo que posso ser injusta. Não foram pontos práticos que me deixaram um pouco mal com você, 2012, foram subjetivos. Na vida prática, aliás, nunca tenho do que reclamar. Tudo corre bem. Mas, do ponto de vista subjetivo, acho que ficou, sei lá, uma aura ruim, cerca negatividade, um peso, coisas assim, que vão puxando a gente para baixo, que desestimulam, que matam a vontade, a alegria, o crer. E aí é que não pode.
O que queria eu fiz: viajei, me diverti, trabalhei, sorri, estive com amigos, família, paisagens, animais, natureza. Tive encontros e desencontros. Ufa, foi o ano dos desencontros, e de todos os tipos. Credo! Coisas que me faziam até perder um pouco da crença que eu sempre tive, de que as pessoas são mais boas que ruins. Só que passou, e eu volto a acreditar nisso, com convicção. Porque é isso o que eu vejo na maioria dos meus dias e na maioria das minhas relações.
Vá, vá embora, 2012! Deixe o novo ficar. Novo, novo, novo. Tudo novo é tão bom. Tem cheiro de novo. Cara de novo. É novo!
E eu quero, bebê 2013, que você seja um ano bonito, forte, saudável, que sorria para nós, adultos, e para as crianças, que alimente as esperanças. Que faça mesmo a gente ser melhor, que seja o início de um novo ciclo, em que o que não é para dar frutos seja mesmo retirado, esquecido, apagado. Que o amor exista em profundidade, em cada segundo. É com amor ao que for e a tudo que a vida tem de ser. É com amor que há vida. Feliz Ano-Novo! E que amemos mais!