É dia da democracia. Cada um vai lá e dá um voto para alguém. No fim da noite, o eleito para governar a cidade, junto a 41 vereadores, novos e antigos. É o resumo da política do dia. Com ganhadores e perdedores. Na página policial, um luto. A atriz. Morta covardemente. Mas é dia de eleição. Festa para o prefeito reeleito. Quem vai se lembrar de uma atriz morta covardemente? Comemore-se a vitória. São mais quatro anos mandando na cidade. A segurança? É problema do estado. Infelizmente, a violência existe. Há fatalidades. Está fora do poder de atuação da prefeitura. Uma pena uma moça morrer assim. Mas o que se há de fazer? No discurso, resolve-se rapidamente a questão. Não estique. Não estique o assunto. É dia de festa. E assim se vai mais uma Beatriz. Não tem mais o rosto pintado nas ruas. Nada de "Rei Lear". O lúdico entristeceu. Não tem mais praia da Estação. O palco se apaga. Esse foi o seu grand finale, trágico, na madrugada das eleições. Não deu para você dar o seu voto, que não seria para o prefeito reeleito. Seria mais um protesto de sua parte. O grande protesto, no final, foi o fim da sua vida.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,12/2012/10/07/interna_brasil,326821/criminosos-que-mataram-atriz-durante-assalto-em-casa-seguem-foragidos.shtml
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