domingo, 22 de fevereiro de 2009

28 ou mais

Tenho 28 anos. E, há dois dias, me surpreendi ao conhecer um indiano, que gostou de mim por achar que eu me parecia com as mulheres indianas... Aff! Bom, a surpresa foi porque ele, ao saber minha idade, ficou SURPRESO por eu não ser casada. "É que na Índia todas as mulheres com 30 anos são casadas". Foi a resposta. Ele acha que eu deveria estar casada por causa da minha idade. Deveria? Eu acho que não. Minha opinião importa? Sim, claro, muito. Então, não acho e nem sinto que eu deveria estar casada.
Para os motivos...
Número 1: a gente se casa quando quer, quando sente que dá muito certo com alguém e que, com esse alguém, sua vida vai ser mais feliz, mais construtiva, mais tudo para melhor. Pelo menos, é o que a gente sente, mesmo se, lá na frente, tudo se desmorone.
Número 2: a gente não se casa, de jeito nenhum, por causa da idade. JAMAIS!!! Já se passou o tempo em que isso era critério. O que concordo é que, em um momento, que não tem a ver com a idade, a pessoa se sente mais preparada para se unir a alguém - não precisa ser casamento atestado em cartório.
Número 3: 28 anos é muito? O que é muito? Para mulher, é muito? E, para homem, também? Hoje, talvez, eu me sinta mais jovem, mais alegre, mais bonita, mais cheia de vida que quando eu tinha 21 anos. Não sei nome e cor desse fenômeno, mas é assim que me sinto. Cada dia acontece uma coisa diferente na minha vida, coisas que, talvez, se estivesse casada, não aconteceria. Claro que aconteceriam outras, que só acontecem com quem está casado. A vida é assim: escolhas. Para cada uma delas, uma vivência.
Número 4: A gente tem que se casar? Por muito tempo, é o sonho das meninas. Casamento visto do ponto de vista romântico, do amor eterno etc. Não que não existe romance e amor verdadeiro. Ainda acredito que isso tudo existe, mas não precisa estar vinculado a nada, somente a você. Não precisa estar vinculado a casamento, mas a vida a dois, a dedicação, a carinho, a companheirismo etc.
Não tenho nada contra casamento. Acho lindo quando vejo sólidos casamentos, duradouros, hamoniosos, com filhos bem criados etc. etc. Mas nem sempre é assim na vida. Sempre disse, que, se eu me casasse um dia, seria uma vez só. Não dá. Esse negócio de se casar três, quatro, cinco, seis vezes não é para mim. Tem gente que tem paciência. Eu não.
É porque o casamento ou a vida a dois inclui algo que a gente não consegue compartilhar tantas vezes e com tantas pessoas diferentes, que é o desnudamento da nossa intimidade. Não, não estou exposta em nenhuma vitrine. Minha intimidade é minha e só compartilha dela quem eu quero e desejo. Meus pensamentos, esquisitices, gostos, defeitos e qualidades não são algo público. São meus e de quem eu quero que saiba. Não é radicalismo, apenas um jeito de ser. E, sobre casamentos, que sejam eternos enquanto durem. Tenho que sair agora!

2 comentários:

  1. Concordo com você: casamento é coisa séria, que não pode acontecer por causa de pressões da sociedade. Mas tenho que admitir que, há dez anos, imaginava que já estaria casada, com filhos, aos 28 anos. Adoro minha solteirice, adoro minha liberdade, ainda não fiz nem metade das coisas que devo fazer antes de ser mãe. Mas ao mesmo tempo não quero ser mãe depois do 35, com todas as questões que envolvem uma concepção nesta idade. É justamente por isso as pessoas se sentem apressadas para casar. O reloginho da fertilidade está rodando...

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  2. Talvez, esse seja um dilema da mulher moderna. Ela vive muito, intensamente. Tem muitos amores, paixões, quereres, amigos, viagens, dinheiro (às vezes) e lamenta se tiver que deixar isso, a liberdade de fazer o que quiser, beijar quem quiser, sair com quem quiser e ir para onde quiser para ficar com uma pessoa em união estável. Mas existe outro problema nessa história. As que sonham em ser mãe se desesperam ao ver o tempo passar, justamente por causa do relógio da fertilidade. Não dá para falar que sonho em ser mãe, mas penso em ser mãe. Sonhei muito quando era mais nova. Hoje, é um pensamento que tenho, mas somente se rolar, sem desespero, pressão contra mim mesmo e frenesi por achar um bom pai para o herdeiro. Hoje, penso que as coisas acontecem, simplesmente.

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