quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011/2012

Normal a gente fazer balanço do ano quando ele chega ao final. Eu entro nessa turma (apesar de não gostar de comportamento de "manada", como sempre me dizia meu querido amigo Noronha). Mas tem coisas que são inevitáveis. Para começar, meu 2011 foi muito, muito bom, graças a Deus. Profissionalmente, foi ímpar. Na vida pessoal, todas as situações pelas quais passei me trouxeram experiência. E isso a gente leva para sempre.
Amei, chorei, sorri, conheci, viajei (muito, muito, muito), perdi, ganhei. Não quero ficar parada no que perdi (apesar de ter perdido a convivência com pessoas que eu amava muito e que eram muito importantes na minha vida). Quero pensar no que eu ganhei, nas muitas pessoas lindas que entraram no meu caminho, especialmente no segundo semestre. Obrigada a todos. Vocês trouxeram colorido à minha vida que andava em preto e branco (não que o preto e branco não seja bonito). Ver vocês, o carinho de vocês, os olhares e os sorrisos amigos, abertos, sinceros, reluzentes, me fez me enxergar de novo. E como eu estava precisando disso! Sou eternamente grata!
Para 2012, em primeiro lugar, quero que todas essas almas continuem na minha vida (ai, Jesus, me atende nessa, eu sofro tanto quando tenho de me afastar de alguém...). Tenho, ainda, muitas coisas profissionais a realizar e uma lista de viagens à espera. Que eu tenha tempo e saúde para conseguir fazer isso.
Quero ser uma amiga mais presente, uma filha melhor, uma madrinha também mais presente e uma irmã mais amiga para minhas irmãs e meus irmãos, de sangue e de coração. Quero ser uma profissional ainda mais dedicada e quero organizar melhor meu tempo para conseguir trabalhar mais e mais. Quero ser mais paciente, mais madura, mais prestativa e mais humilde.
Quero que minhas pessoas amadas e meus familiares continuem sendo abençoados com muita saúde. Em 2011, assim como nos anos anteriores, não sofri (por mim ou por outra pessoa próxima) com problemas de saúde. Obrigada, Deus!
E quero, acima de tudo, continuar amando as pessoas com facilidade.
Um ótimo 2012 para todos nós!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Desciclo

Depois do des, vem o re. Depois, você tira os prefixos e tem todas as coisas novas.
Desconstruir, desfazer, desacreditar, desprender... As palavras que têm o prefixo des podem soar pesado, mas são importantes na vida da gente. Servem para que a gente compreenda que nada é certo, que a vida é dinâmica e que o mundo está girando.
O bom disso tudo é que, depois do des, a gente começa a ter aquela empolgação do re. Renascer, reestruturar, reacreditar, refazer, reestabelecer, reviver. Isso não é bom? É bom, sim, é sopro de vida, é saber que é possível viver as sensações boas novamente, mesmo que elas sejam diferentes das sensações vividas no passado. E, aí, o re traz aquele sentimento de, daqui a pouco, a gente não precisar mais dele. Porque a vida vai trazendo coisas novas: pessoas, livros, filmes, sentimentos, animais, vida.
Mas, também, acho que nada é assim tão separadinho. Se uma da parte da vida da gente está em des, outra pode estar em re e outra, sem nenhum prefixo. Será que a gente consegue evoluir tanto para enxergar isso um dia? É porque, quando estamos em des, a gente só vê isso. Esquece que os fluxos que vêm até a vida da gente trazem tudo, tudo, tudo ao mesmo tempo. O bom está sempre por perto, em uma coisinha ou outra, o não prefixo ou re estão circundando a gente e o não prefixo aparece todos os dias. Viver todos eles, enxergar o des, o re e o não prefixo é um aprendizado. Quero ele para mim!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Do Natal

O que eu penso do Natal é que é uma época linda, linda, linda. Tudo bem, muita gente não gosta porque é cheio, porque é consumista, porque todo mundo fica estressado. Isso tudo é verdade, mas é verdade também que as pessoas ficam mais sensíveis, mais emotivas, mais amorosas e mais carinhosas. Além disso, as ruas e as casas ficam lindas, enfeitadas. As crianças ficam sorrindo para os papai-noéis (mesmo que sejam aqueles feinhos de barba fake e barriga murcha!), ficam na expectativa do presente, de receber a visita do bom velhinho. Elas acreditam, têm fantasia, sorriem à toa. E tem coisa mais linda que ver o brilho das crianças quando elas estão felizes? E tem coisa melhor que acreditar e ter fantasia?
Além de todas as sensações gostosas que o Natal nos proporciona, a gente ainda fica com aquele friozinho na barriga de chegada do Ano-Novo. Ai, será que vai ser melhor (ah, mas este ano também não foi tão bom?)? Ai, quero fazer isso, quero fazer aquilo, etc. Sempre, tudo que é esperança é vida. O Natal é vida, o friozinho na barriga, a expectativa é vida...
Que neste Natal, tenha muita vida na vida de vocês e que vocês vejam muitas crianças sorrindo para papai-noéis de barba fake e barriga murcha!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ainda sobre pássaros

Como a história dos pássaros vem rendendo, peço licença ao Rubem Alves para publicar este lindo texto dele (ao qual me referi no primeiro texto, "Que pássaro?"). Vale muito a pena ler, gente. É lindo! Espero que gostem!

A menina e o pássaro encantado - Rubem Alves

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
— Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
— Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mundo paralelo

Estive no estado do Amazonas nos últimos dias. Viagem a trabalho, para o interior do estado. Em breve, vocês vão poder ler o material na revista em que trabalho. Ainda estou mexida com tudo o que vi por lá. É lindo, mas incômodo estar lá. Eu sabia que estava no meu país, mas me faltava o sentimento de pertencer àquele meio. Ou, então, eu me sentia um pouco "culpada" por viver em um mundo diferente sendo do mesmo lugar, apesar de distante. Foi estranho, mas foi único. Foram dias muito especiais e, apesar de todo o estranhamento, eu saí com a vontade de ficar. Saí com a vontade de voltar.

Pinte um pássaro

Recebi do meu amigo Marcos a poesia abaixo, depois que publiquei o texto "Que pássaro". Achei lindo o texto e quis compartilhá-lo com vocês. Espero que gostem. Vale muito a pena ler.


Para pintar o retrato de um pássaro

Primeiro pintar uma gaiola
com a porta aberta
pintar depois
algo de lindo
algo de simples
algo de belo
algo de útil
para o pássaro

depois dependurar a tela numa árvore
num jardim
num bosque
ou numa floresta

esconder-se atrás da árvore
sem nada dizer
sem se mexer…

Às vezes o pássaro chega logo
mas pode também ser que leve muitos anos
para se decidir

Não perder a esperança
esperar
esperar se preciso durante anos
a pressa ou a lentidão da chegada do pássaro
nada tendo a ver
com o sucesso do quadro

Quando o pássaro chegar
se chegar
guardar o mais profundo silêncio
esperar que o pássaro entre na gaiola
e quando já estiver lá dentro
fechar lentamente a porta com o pincel
depois
apagar uma a uma todas as grades
tendo o cuidado de não tocar numa única pena do pássaro

Fazer depois o desenho da árvore
escolhendo o mais belo galho
para o pássaro

pintar também a folhagem verde e a frescura do vento
a poeira do sol
e o barulho dos insetos pelo capim no calor do verão
e depois esperar que o pássaro queira cantar

se o pássaro não cantar
mau sinal
sinal de que o quadro é ruim

mas se cantar bom sinal
sinal de que pode assiná-lo

Então você arranca delicadamente
uma das penas do pássaro
e escreve seu nome num canto do quadro

Jacques Prévert

sábado, 19 de novembro de 2011

Que pássaro?

Em alto e bom som, sempre falei do meu favoritismo por felinos. Amo gatos, tigres, leões, panteras... E tenho a Amor na minha vida, minha gatinha, que já foi tema de textos aqui. Mas, hoje, vou falar de um grupo de bichos que me desperta vários pensamentos. Falo de pássaros. Eles sempre foram uma fonte de metáfora para mim. Hoje, mais uma vez, andei pensando neles. Será que os persigo por causa do meu "espírito" um pouco felino???
Bom, mas fiquei pensando como as pessoas estão relacionadas aos pássaros. Primeiro, o homem morre de inveja do pássaro. Sempre quis voar. Ainda não conseguiu, ele, o homem, voar. Consegue por meio de aviões, helicópteros, balões e outros recursos, mas o homem, esse não, não conseguiu ainda voar.
E, além disso, há um quê de pássaro em cada homem. Uns são mais soltos, libertos, sem amarras, que vão e, se quiserem, voltam. Outros ficam presos, feito papagaio domesticado, sempre no mesmo lugar por anos, 20, 30, 40... Outros, vão e voltam, como os temporões, que procuram o melhor lugar para se estabelecer conforme o ambiente. E tem, ainda, os filhotes, que dependem de seus pais para tudo. E há, ainda, os caçadores, que não se importam em abater um menor para se alimentarem dele. E há os belos, os lindos, os coloridos, tantos que nos enchem o olhar e nos fazem morrer ainda mais de inveja. Assim, os homens inventaram as armadilhas para pássaros. E prendem aquilo que nasceu para ser livre e, por ser livre, é tão lindo. Prendendo, vai-se o brilho... como a história da menina e do pássaro (para quem não conhece, recomendo).
E, de lembrança agora e por causa do espaço, há os de belo canto. Mais uma vez, os que despertam tanta inveja no homem. Cantam, à toa, de graça, para a gente, de uma árvore, pertinho, não precisava prender. Deixa o bicho. O bicho, livre, feliz, canta melhor, mais bonito. Mas não, quero perto, só para mim. Então, prendo, amarro, aprisiono. O canto morre, mas o pássaro é meu, pensa o homem. Daí, talvez, a minha repugnância a pássaros presos. Deveria ser proibido em qualquer hipótese.
Falei de tantas e tantas formas de pássaros, mas todas são lindas. E, embora tenha espírito de felino, jamais quero um preso a mim. Amo eles livres, lindos. E tudo isso me faz pensar: que pássaro eu gostaria de ser? Qualquer um tem sua beleza, mas, se pudesse escolher, queria ser um bem colorido, que cantasse lindamente, para mim e para os outros, sempre feliz e em liberdade, de espírito, de corpo e de alma.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hipótese de Emília

"A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais (...). A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?" - Monteiro Lobato
Emília era mesmo uma menininha/boneca esperta. Vi esse texto no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e até tirei foto de tanto que eu gostei dele. Achei o máximo. Não conhecia antes. Não conheço tudo de Monteiro Lobato. Mas acho genial a forma como ele criou a Emília, travessa, meio perversa, esperta ao extremo e dotada de uma sabedoria, estranha, inquieta, mas que dá uns trancos na gente.
Essa bonequinha não criou uma metáfora extraordinária para falar da morte ou do que já não existe mais, por qualquer que seja a circunstância? O que acontece a cada piscada? Uma morte. Cada piscada, uma morte. E, quando para definitivamente de piscar, vira hipótese. Não só a morte, mas tudo o que deixa de existir na vida da gente não vira hipótese? E não é isso o que inquieta tanto, o que gera tanta angústia?
Tenho uma amiga que sofre após a morte do irmão. Quer saber como ele está, se estiver em outro plano - se existir mesmo o outro plano. Angústia sem fim. Porque, tirando o que está na vida da gente e é a vida da gente, o resto todo é hipótese = angústia, incerteza.
O que a gente tem de fazer, então, é colocar a hipótese na vida da gente, tratar como algo que anda piscando, que não parou de piscar. Pelo menos, entra como algo natural e, assim, as gentes não sofrem tanto quando o pisca-pisca apaga.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Desafio

Eu queria ser ambientalmente correta, usar apenas etanol, descartar o lixo separadamente, ter um carro elétrico, fazer as coisas certinho. Mas é difícil... O etanol chega a um preço absurdo (e eu preciso sobreviver e ter dinheiro para as demais despesas), a coleta seletiva não passa no meu bairro e os modelos de carros elétricos só são lançados em outros países!
Mesmo que eu queira, meu raio de ação fica limitado. Por isso, não adianta só jogar a culpa na população, que "não tem consciência ambiental".Além de ações para a conscientização - que, dizem, a população não tem -, é preciso desenvolver ações para que as atitudes ecologicamente corretas sejam viáveis e possíveis.
Hoje dirigi um carro elétrico. Fiquei a fim de ter um... mas ele não é (nem será) vendido no Brasil. Apenas lamentei...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Nomes. Simples.

Apesar das novas letras adicionadas ao nosso alfabeto (K, Y e W), se eu fosse escolher o nome de uma criança, seria bem simples. Eu tiraria W, Y, K, duplo ene ou eme, duplo ele e outras coisas que pudessem dificultar a escrita (ou o entendimento do nome por outro). Também tiraria o excesso de agá dos nomes ou o cê mudo. Uma complicação sem sentido para nós. Então, veja só minha lista como seria:
- Poliane (X Pollyanne)
- Vagner (X Wagner)
- Daiane (X Dayanne)
- Natália (X Nathália)
- Tiago (X Thiago)
- Vítor (X Victor)
- Catarina (X Catherine ou Catherinne)
- Taís (X Thaís)
- Talita (X Talitah)
- Paola (X Paolla)
- Isabela (X Isabella ou Izabella)
E por aí vai. Ficaria mais simples, não? Às vezes, me perco quando preciso escrever o nome de alguém com tantas letras a mais sem função alguma. Acho que as crianças também passam por isso.
Para Wellington ou Washington, a coisa complica um pouco... Ficaria meio feio Uélinton ou Uóchinton, não? O que você sugere???

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Falta que faz a vida

Meu coração hoje está doendo. Vai ficar apertadinho por um tempo. É que conversei, para uma reportagem, com uma senhora que está sofrendo muito por causa de uma filha. Ai, deu para sentir, pela voz dela, a falta de vida. Faltava vida na voz dela...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mundo cabisbaixo

As pessoas hoje andam olhando para baixo. Eu estava longe, viajando, e vi que o comportamento se repete em todo canto: ruas, metrôs, ônibus, avião (antes da decolagem), mesa de bar... Olham para seus supertelefones, cheios de recursos, conectados às redes sociais.
Não olham mais no olho, não conversam olhando no olho, observando os gestos, as expressões, os sorrisos. Conversam só com o ouvido e a fala, sem o olhar, a observação, que diz tanta coisa. Perdem com isso, muitas vezes, as coisas mais importantes do encontro. Veem menos, mas se contentam com isso em favor do que está no supertelefone.
Deixam de ver um olhar de afeto, de surpresa, de carinho, de frustração, de expectativa. Em uma viagem de trem, uma moça à minha frente passou três horas olhando para baixo, para o celular... E, do lado de fora, havia paisagens lindas, lindas, que ela não viu. Não sei se um dia ela vai passar por lá de novo, mas, naquele dia, com aquele sol, ela não viu. Isso é só um exemplo. Uma pena. A vida oferece tanto para que a gente a veja somente pelo retângulo de um supertelefone...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Stevie

Deve ter sido de arrepiar, do primeiro ao último fio de cabelo do corpo, a hora em que Stevie Wonder, no Rock in Rio, ontem (29/9), cantou "Você abusou" em português. Só de ver pelo Youtube, fiquei emocionada. Achei lindo ouvir (e ver) ele tentando cantar em português uma das nossas músicas clássicas. E o povo todo acompanhando aumentou ainda mais o encanto do show. Foi demais mesmo!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Ovelha é uma figura!

Gente, já tinha ouvido falar muito, mas nunca havia visto em "ação" o Ovelha. Vocês conhecem? O cantor "brega" de cabelo louro quase branco. Jesus, vi outro dia, no programa do Jô, numa dessas noites em que não consigo dormir rapidamente. Confesso que o que me chamou a atenção na programação do Jô naquele dia, óbvio, não foi o Ovelha, mas o Ricardo Tozzi (o Dãglas, de "Insensato Coração"), afinal, eu, como a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Cruzeiro, do Barcelona, do Inter e de qualquer time do mundo, acho ele um gato! E é mesmo, né? Então, já tinha lido uma entrevista dele superlegal, em veículo impresso, e fiquei querendo ver a entrevista ao Jô (sempre pouco rica porque o Jô nunca deixa o entrevistado falar!!).
O Ricardo Tozzi seria o segundo entrevistado. Antes, o Ovelha, que abriu o programa com uma apresentação musical. Eu, sinceramente, não sabia o que fazia: se ria, se chorava, se prestava atenção... Fiquei tão impressionada com aquela figura loura loura loura, de cabelo de carneirinho, já um senhor de meia idade (se não fosse o espírito tão animado e jovial) que não conseguia parar de olhar para ele.
É uma figura completa. Mas, olha, vou falar com vocês, gostei de conhecer aquela figura. Ele transmite uma vontade tão grande de fazer o que ele faz, a música do jeito que faz, sem estar nem aí para as críticas (que não devem ser poucas), que é digno de admiração. No final, já estava até achando "legal" ver aquela figura estranha na TV. E, com certo lamento, me despedi dele para assistir ao Ricardo Tozzi. Valeu Ovelha, prazer em conhecê-lo, mas ainda fico com o Ricardo Tozzi!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amor de mãe

Sentimento de mãe para filho é, desde sempre, algo que me toca profundamente. É claro que há exceções, mas está dentro ou próximo daquilo que chamamos de "amor incondicional" - apesar de eu não acreditar muito que amor incondicional existe. Mas o fato é que, outro dia, na fila do caixa do estacionamento de um shopping, tive uma demonstração tão bobinha, tão ingênua, mas tão bonita do amor de uma mãe pela filha, que fiquei comovida, pensando naquilo e com a ideia de trazer o ocorrido para este meu espaço aqui.
Eu lá na fila, uma senhora logo à minha frente. Ela comenta comigo: "É, está frio aqui". Eu: "É, o friozinho está chegando, né? Ainda bem". Ela: "Pois é, semana passada estava em São Paulo, porque minha filha mora lá". Eu: "É, lá é mais frio mesmo". Ela: "Pois é, minha filha está fazendo doutorado lá, na USP". Eu: "Que legal, hein?". Ela: "É, antes, ela tinha feito o mestrado fora, nos Estados Unidos". Eu: "Legal mesmo. Ela é estudiosa, né?". Ela: "É, sim", com os olhos brilhando de orgulho.
Ela pagou, eu paguei, fomos embora uma para cada lado. Ela nem deve ter pensado em mim mais, mas, em mim, ela deixou marcas, demonstrando seu amor ao querer falar para o primeiro desconhecido o quanto ela se orgulhava da filha, sem se importar se a pessoa do outro lado iria achar que ela estava se gabando. E, na verdade, não achei mesmo que ela estava se gabando. Achei lindo o tanto que ela se orgulhava da filha e o tanto que ela queria contar para o mundo como sua filha era especial. E foi assim que eu entendi.

terça-feira, 1 de março de 2011

Tem dias que a gente se sente...

"Tem dias que a gente se sente/ Como quem partiu ou morreu/ A gente estancou de repente/ Ou foi o mundo então que cresceu" (Roda Viva, Chico Buarque). Você já se sentiu assim? Hoje, estou me sentindo um pouco assim. Olha que sou extremamente otimista e tento todos os dias estar alegre, com sorriso alegre, com a voz alegre, com o astral alegre... mas nem sempre a gente consegue, né?
Não precisa ter um motivo específico, mas tem dia que a gente fica assim. Às vezes, nem acorda assim, mas fica depois. Não gosto disso, não. Para falar a verdade, eu detesto ficar assim às vezes. Ainda bem que é às vezes, apenas. O problema é aquela coisa ruim que fica lá dentro do peito, te atrapalhando toda hora, quando você quer se concentrar em outras coisas, mas fica aquele trem (olha o mineirês!) te apertando.
O que eu queria era nunca ter essas coisas e conseguir afastar isso de todas as pessoas. Queria ter esse dom, de transformar situações chatas em coisas boas. Tudo bem, é querer demais, mas, se eu conseguisse ficar sem sentir isso por hoje, já estaria bom.
Gente, não é um post deprê, não. Não estou deprê, só senti vontade de escrever um pouquinho porque hoje me deu essa sensação de quem "partiu ou morreu". Mas, retomando outra canção de Chico: "Vai passar"!